Nas amoreiras [00:03:46]
Nas amoreiras
Sou obrigado a caber em caixas muito estreitas,
O sistema esmaga-me, fecha-me em caixas.
Querem que eu siga um caminho traçado com antecedência,
Mas não é o meu caminho, não é a minha oportunidade.
Dizem-me o que fazer, como pensar,
Mas nos planos deles, sinto-me um estranho.
Fecham os olhos às minhas feridas,
E sufoco na sua frieza sombria.
Os rostos estão vazios, os corações entorpecidos,
Observam-me cair sem sequer vacilar.
As suas regras, os seus padrões, esmagam-me,
Estou cansado de obedecer a estas tristes criaturas.
A França cospe-me para a sarjeta,
Ela atira-me para um beco escuro por cérebros tristes.
Ela caga-me no mato, deixa-me ali, atordoado.
E mesmo que grite de raiva, ninguém ouve a minha voz.
Este país está a matar-me, está a sufocar-me sem remissão,
Estou zangado, perdido nesta prisão.
Estão ali, estes robôs com sorrisos congelados,
As suas palavras estão vazias, as suas almas acorrentadas.
Seguem em frente, sem nunca duvidar,
Cego às minhas lágrimas, surdo às minhas verdades.
Ditam vidas que não conhecem,
E estou a afogar-me nos seus irmãos do estado.
Sou um peão no seu jogo sem sentido,
Mas recuso-me a ceder, recuso-me a aceitar.
Os relatórios, os arquivos, todos estes falsos pretextos,
Querem sufocar-me nos seus quadros malucos.
Grito de dor, mas nada se mexe,
Estou sozinho nesta noite que me cobre de vermelho.
A França cospe-me para a sarjeta,
Ela atira-me para um beco escuro por cérebros tristes.
Ela caga-me no mato, deixa-me ali, atordoado.
E mesmo que grite de raiva, ninguém ouve a minha voz.
Este país está a matar-me, está a sufocar-me sem remissão,
Estou zangado, perdido nesta prisão.
Não quero mais as tuas correntes, as tuas mentiras,
Recuso o mundo deles, onde a esperança me corrói.
Levam-me ao ponto da agonia,
Grito a minha atonia fatal até morrer.
A França cospe-me para a sarjeta,
Ela atira-me para um beco escuro por cérebros tristes.
Ela caga-me no mato, deixa-me ali, atordoado.
E mesmo que grite de raiva, ninguém ouve a minha voz.
Este país está a matar-me, está a sufocar-me sem remissão,
Estou zangado, perdido nesta prisão.
Recuso-me a morrer no seu sistema falido,
Estou a recuperar a minha liberdade, vou levantar-me de novo.
Que tentem sufocar-me, quebrar-me de novo,
Apenas tocam a minha mente, apenas arranham o meu corpo!